“Se pedimos serviço de entrega para comida e/ou outras comodidades, porque não livros?”

O contexto pandémico afetou todos os setores da nossa sociedade. Isto não é surpresa nenhuma, obviamente. Contudo, existem várias iniciativas que tentam suprimir algumas falhas de serviço derivadas às restrições da pandemia.

Focarei, aqui, no trabalho das bibliotecas municipais em serviço da sua comunidade. Tomarei como principal exemplo a recente iniciativa “LBX à sua porta” pela Rede de Bibliotecas de Lisboa. É um serviço simples, mas que pode ter um impacto muito positivo nos cidadãos que se encontram confinados, que se resume em entregas ao domicílio de livros requisitados previamente. Este serviço requer apenas a adesão ao cartão BLX.

Ora, não é só a cidade de Lisboa que tem este serviço. Outros exemplos podem ser dados, como por exemplo: a Biblioteca Municipal de Viseu ou a Biblioteca Municipal de Gaivão. Estas iniciativas usam o mesmo modus operandi: levar ou buscar a casa livros requisitados e que se expande a todo o respetivo concelho, de forma totalmente gratuita.

Na nossa cidade, embora exista o empréstimo pela Biblioteca Municipal do Porto, não existe este serviço de entrega. Ou, pelo menos, ainda não foi implementado. Sabendo que não se pode comparar a quantidade de bibliotecas municipais lisboetas (18) com as portuenses (2), as nossas estruturas serão capazes de fazer um serviço tão ou mais competente do que o da capital.

Assim sendo, a Juventude Socialista do Porto recomenda que as Bibliotecas Municipais do Porto implementem uma iniciativa com a mesma génese da “BLX à porta” visto que, não só é possível como pode e deve ser um serviço prestado aos cidadãos durante tempos extraordinários e que se estenda a todo o concelho do Porto, não causando prejuízo para portuenses que vivam nas freguesias mais periféricas.

Se pedimos serviço de entrega para comida e/ou outras comodidades, porque não livros? E porque não utilizar os nossos serviços municipais para tal efeito? Os municípios têm de dizer “presente” no que toca a resolver problemas dos seus munícipes e, embora este tema pareça ser de menor importância, um livro pode ser a única coisa a fazer companhia a muitas pessoas nos tempos de hoje.


22 fevereiro 2021

João Sá