Tomás Vieira Silva
Estávamos em 2015 quando Jeremy Corbyn, contra o status quo da génese centrista do Partido Trabalhista, venceu as eleições internas e se tornou Líder da Oposição. Já nas eleições de 2017, concorreu contra Theresa May com uma mensagem clara, simples e progressista: “For the Many, Not the Few” (que se pode traduzir em “Para Todos, e não apenas para alguns”, numa alusão à classe elitista e conservadora que tem vindo a dominar o país até ao momento).
No fim de outubro de 2019, e após várias tentativas falhadas de passar o seu No-Deal para a saída da União Europeia, Boris Johnson foi obrigado a marcar eleições antecipadas. No entanto, e apesar do Primeiro Ministro e do seu Partido desejarem fazer destas eleições um voto sobre o Brexit, Corbyn e o Partido Trabalhista apresentaram-se como uma mudança real, progressista e humanista no Reino Unido.
O Manifesto Trabalhista para as eleições de 12 de dezembro representa uma nova esperança para o Reino Unido. Os Trabalhistas comprometem-se a ‘reescrever as regras da economia para que esta funcione para todos’, assim como a reforçar e reconstruir os serviços públicos e sociais que os governos Conservadores têm destruído, propondo-se a aumentar exponencialmente o investimento público, através de renacionalizações de empresas em setores-chave para o povo britânico. Ao anunciar a Revolução Industrial Verde, visam também combater a emergência climática que assola o planeta, de forma sustentável e que não ponha em causa o desenvolvimento económico e social do país. Têm ainda uma posição clara face ao Brexit, propondo um novo Acordo com a UE que será votado em referendo pelo povo britânico.
O Manifesto Trabalhista para as eleições de 2019 não é apenas um manifesto político: é um marco progressista na política britânica. É tempo para uma mudança no Reino Unido, “for the many, not the few”.