Médica, professora, pedagoga, republicana e feminista.
Licenciou-se em
Medicina, na Escola Médico-Cirúrgico de Lisboa, com a tese “A proteção às
mulheres grávidas e pobres”.
Como médica
distinguiu-se pelo apoio dado às mulheres grávidas, na divulgação dos cuidados
materno-infantis e no combate ao alcoolismo. Todavia, a sua dedicação à
medicina não a impediu de defender os seus ideias políticos sobretudo os seus
ideias feministas.
Em 1914, fundou o
Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, reivindicando para as mulheres o
direito a um mês de descanso antes do parto e o direito ao voto feminino. Por
estar desiludida com o regime político do seu País implementado pelo Estado
Novo (1926), partiu para Luanda onde foi a primeira e única mulher a votar.
Publicou várias obras,
sendo de destacar o Papel que o Estudo da Puericultura, da Higiene Feminina,
etc. Deve Desempenhar no Ensino Doméstico, Proteção à Mulher Grávida e A Luta
Anti-Alcoólica nas Escolas, fazendo todas apelo à igualdade entre homens e a
mulheres e ao direito às condições mínimas de sobrevivência das mulheres.
Colaborou na imprensa
feminista da época, nomeadamente, na revista Alma Feminina, que chegou a
dirigir, para além de ter sido presidente da Cruzada Nacional das Mulheres
Portuguesas.
Durante a década de
20, participou em vários congressos, nacionais e internacionais, como no
Congresso Internacional das Ocupações Domésticas, na Bélgica, e no Congresso
Feministas e da Educação, em Lisboa.
Foi uma lutadora e
defensora singular dos ideais feministas, graças à sua personalidade forte e
vincada nunca baixou os braços, nunca deixou de lutar pela concretização dos
seus princípios, não se deixando contagiar pelo padrão da sua sociedade,
distinguindo-se da maioria, mas marcando sempre a diferença.
É graças a estas personalidades que estamos cada vez mais próximos de viver numa sociedade em que homens e mulheres recebem um tratamento paritário. São pessoas como Adelaide que todos os dias arregaçam as mangas e vão à luta pela igualdade e pela dignidade das mulheres, por isso nunca poderão ser esquecidas, terão sempre de ser relembradas como verdadeiras heroínas.
23 março 2021